Imagens

Reconstruir símbolos, reinventar monumentos

Néle Azevedo / Colectivo Sociedad Civil

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Na galeria de peças artísticas da Revista Sur, imagens da série de intervenções “Monumento Mínimo”, da artista brasileira Néle Azevedo, e da ação performática “Lava la bandera”, do Colectivo Sociedad Civil, disputam de formas muito concretas, a própria ideia de monumento histórico e de símbolo nacional (respectivamente). Nos dois casos, o sentido hegemônico e colonial que carregam é disputado, quando através de uma interrupção político-artística, novos sentidos são forjados, ensaiados, imaginados.

As esculturas de gelo de “Monumento Mínimo” subvertem as noções fundacionais dos monumentos ao propor um registro de memória, um documento pequeno, temporário, itinerante e de corpos anônimos – em oposição à solidez grandiosa da pedra e dos heróis da história, encontrados nos grandes monumentos públicos. Já a ação performática de “Lava la bandera” propõe um ritual coletivo e colaborativo de limpeza simbólica e afetiva da bandeira nacional. A repetição do ritual de limpeza das bandeiras pátrias com água, sabão e bacias vermelhas produziu uma imagem de resgate da identidade nacional sequestrada pela ditadura fujimorista no país. Em diálogo, noções outras, cotidianas e coletivas, subvertem os documentos-monumentos culturais numa reconstrução dos símbolos que estruturam as cidades, a política e a memória.