Cinco fotógrafos internacionais explicam em uma imagem o protesto que eles capturaram em seus respectivos países
Curadoria ENTRARNatural de São Paulo, Brasil, Leandro Viana é fotógrafo independente e atualmente mora na cidade de Nova York. Depois de ter ingressado no campo da fotografia editoral, publicitária e de moda, Leandro começou a documentar questões sociais como migração, refugiados e direitos humanos.
Foto por David Butow - EUA | Sobre | Créditos
"Esta foto foi tirada na noite do anúncio da decisão do grande júri de não indiciar o policial que atirou em Michael Brown. Era uma noite muito fria e notei que, enquanto este homem estava gritando, sua respiração era iluminada por uma luz que vinha de cima de sua cabeça. Havia algo simples e sincero nas emoções deste homem. Como muitos daqueles que estavam protestando, suas emoções mostram a frustração não apenas com a morte de Michael Brown em si e a decisão do grande júri, mas também com o que é visto como um padrão de desigualdade que vem sendo repetido inúmeras vezes".
David Butow (EUA) é um fotojornalista que mora na Califórnia. David já trabalhou em diversos países, incluindo Afeganistão, Birmânia, Iraque, Turquia e Iêmen. Seu projeto atual intitulado "Vendo o Buda" ("Seeing Buda", no título original em inglês) foi publicado no New York Times e na revista National Geographic.
davidbutow@gmail.com
Foto por Sergiy Lebedynskyy - Ucrânia | Sobre | Créditos
"A ‘Euromaidan’ (uma manifestação social que durou três meses na Praça da Independência - 'Maydan Nezalezhnost', no nome original - em Kiev, Ucrânia) era um símbolo de esperança. Se tudo fosse perfeito no meu país, nunca teria me tornado um fotógrafo. O meu objetivo é interpretar a situação na Ucrânia a partir de um ponto de vista de alguém que está no interior dos acontecimentos e compartilhá-lo com o mundo inteiro. "
Sergiy Lebedynskyy nasceu em 1982 em Kharkiv, Ucrânia. Ele possui um PhD em engenharia e trabalha como fotógrafo freelance desde 2010. Suas fotos foram expostas internacionalmente em festivais como "Les Rencontres d'Arles", "Fotofest Houston", "Noorderlicht", "Riga Photomonth", entre outros.
s.lebedynskyy@gmail.com
Foto por Emine Gozde Sevim - Turquia | Sobre | Créditos
"Em todos protestos, mais do que qualquer outra coisa, eu tenho medo. Demasiadas pessoas, a polícia, a imprevisibilidade, a violência que pode emergir não importa o quão pacífico tudo pretendesse ter sido. A imagem da moça nas flores é uma representação simbólica feita após os protestos no Parque Gezi. Ela está sendo ajudada a se levantar, mas não chega a ficar de pé. Seus braços abertos, quase parecem abraçar o observador. É uma declaração feita de um modo, sem palavras, de uma ideologia humana universal que era almejada, compartilhada e que nos unificava. Nos protestos, de modo repentino, este sentimento de inocência pode dissipar-se no odor ardente do gás lacrimogêneo, no calor do fogo e no ruído das balas".
Emine Gozde Sevim (nascida na Turquia) graduou-se na Bard College em 2008 como bacharel de artes em Fotografia, Sociologia e Relações Internacionais. Emine já trabalhou em Israel e Cisjordânia, no Egito e Turquia, e divide seu tempo entre Nova York e Oriente Médio.
egozdes@gmail.com
Foto por Fernando C. Netto - Brasil | Sobre | Créditos
“As manifestações já estavam na pauta da cidade de São Paulo há meses em 2013. No dia que fiz esta foto, na Avenida Paulista, quase na esquina com outra grande avenida, a Consolação, o confronto entre manifestantes e policiais militares foi intenso. Muita correria, bancos sendo depredados, bombas de gás… Esse vulto na foto sendo arrastado é de uma menina, magrinha. Ela foi levada para a delegacia. Deve ter dormido por lá e liberada pela manhã. Na semana seguinte a vi novamente em outro protesto.”
Fernando Costa Netto es periodista, fotógrafo, empresario y copropietario de la Galería DOC. Es el creador de Mostra SP de Fotografía, un evento de ocupación de la Vila Madalena, barrio de São Paulo, mediante la fotografía.
fernando@docgaleria.com.br
Foto por Mansi Thapliyal - Índia | Sobre | Créditos
"Esta fotografia é uma declaração sobre o auto-abuso que todos nós vivemos - o silêncio dentro do qual nos fechamos é tão prejudicial quanto o que outros fazem contra nós. Quando uma mulher de 23 anos foi estuprada em Délhi, ninguém esperava que isso fosse dar origem a um movimento tão histórico. Pela primeira vez, vi homens e mulheres juntos protestando não apenas pela segurança das mulheres, mas por uma mudança na mentalidade de toda sociedade. Como uma mulher solteira que mora em Délhi, eu não podia me dissociar dos manifestantes. Eu era uma fotógrafa, que estava protestando com sua câmera, testemunhando e capturando os ventos da mudança".
Mansi Thapliyal (Índia) é uma fotojornalista e fotógrafa documentarista freelance que mora em Nova Délhi e Rishikesh, Uttarkhand. Ela possui um bacharelado de artes em ciência política pela “Delhi University” e pós-graduação em fotografia e comunicação visual pela “Jamia Millia Islamia University”, Délhi. Suas fotos foram amplamente publicadas incluindo no New York Times, Time, Financial Times, The Wall Street Journal, The Guardian e BBC.
mansi.pictures@gmail.com